Sohnei que eu voltava pro Brasil, não sei por qual motivo, e que isso coincidia com o fato de a minha mãe estar mudando de casa. Nós, então, íamos morar na antiga casa de meu amigo B e seu irmao L. Eu ficava com o quarto deles dois e quando la chegava pra arrumar as minhas coisas, via que eles haviam deixado muitos móveis, posters, todo o tipo de quinquilharia, no quarto. Acho que deixavam também um computador velho e o fato de ter que arrumar tudo me irritava, além do cheiro que era ruim por causa de L, que sempre cheirou mal.
Em seguida , fomos a um quiósque de praia e la encontramos com uma mulher que parecia a mãe de meu amigo de infância, H. Fazia muito calor e eu estava de bermuda. Ela estava agora, empregando a minha tia E. Ela me fazia intermináveis perguntas sobre a Suíça e eu me sentia extremamente desconfortável em responder, pedia pra minha mãe pra irmos embora e ela dizia: " Não, filho, vamos ficar mais um pouco, quero saber mais a respeito dessa moça para ver como ela está cuidando da sua tia ".
Depois, voltávamos pra casa e eu começava a tirar tudo o que no quarto restou. Eles também haviam deixado talheres em uma estante de madeira escura. As coisas a remover eram intermináveis, inclusive os talheres que eram de prata. Fui falar com meu amigo B, a respeito dessas coisas que haviam ficado. Nesse momento apareceu seu irmão L - que, como sempre, é uma presença indesejada - e disse para eu não me preocupar que eles tirariam tudo dali, com calma. Então, eu pensei que, como eu ja havia tirado muita coisa e jogado fora, eles não se importariam, se eu conituasse fazendo isso e quando eles chegassem, não houvesse mais nada a ser tirado dali.
Voltei pra tal casa e procurava uma televisão que havia sumido. Fui perguntar à minha mãe sobre a tal televisão e ela me disse que logo compraríamos outra. Eu tinha uma figideira nas mãos. Comecei a chorar desesperadamente e dizia: "Não quero mais ficar aqui, mãe. Eu vou voltar pra Suíça, não vou" - e ela: "Claro que vai, vai dar tudo certo".