Eu desci as escadas atravessando gritos de surpresa e correndo com uma câmera para registrar a primeira impressão da catástrofe. Depois de uma hora no meio dos destroços, ainda não havia explicação formal para o incidente. Então corri atrasado para um almoço com meus melhores amigos candangos-paulistanos no restaurante da cobertura do hotel Eron.
Eufóricos, conversamos alguns minutos sobre o dia estranho. Uma menina britânica familiar me olhou brevemente antes de desaparecer atrás de uma coluna larga. Levantei imediatamente da mesa e fui atrás para dizer oi. Ela sorriu e em seguida senti um pouco de falta de equilíbrio. Alma Gêmea?
Ouvi um copo quebrando e talheres caindo da mesa para o chão de carpete marrom enquanto garrafas desciam rolando para o canto mais iluminado do restaurante. Nas janelas o horizonte estava diagonal. Eu não queria morrer.
Corri para o elevador panorâmico levando minha câmera. Antes de apertar térreo ele começa a descer quase despencando enquanto o prédio gemia o concreto rachando. Ele parou imediatamente no segundo andar me jogando no chão. Nada importava mais. Nem os amigos que ficaram lá em cima, nem a câmera que usei como pedra para quebrar o vidro panorâmico. Pulei.
Me levantei correndo com o pé torcido. Sem sentir dor, chorava em desespero enquanto a poeira do Hotel tombando tentava me alcançar.
Corri até acordar.