Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
ich tremedeira / rudá cabral

De uma janela alta no setor comercial sul de Brasília vejo ao leste o Hotel Blue Tree. Mas estava edificado no lugar do edifício da Caixa Econômica do setor bancário sul. O hotel era vertical e mais parecia outra obra de seu arquiteto Ruy Ohtake. Era quase idêntico ao edifício paulistano Instituto Tommy Ohtake. O sol saia de trás do prédio pelas nove horas da manhã quando começou a balançar de um lado ao outro até que ele desmoronou.



Eu desci as escadas atravessando gritos de surpresa e correndo com uma câmera para registrar a primeira impressão da catástrofe. Depois de uma hora no meio dos destroços, ainda não havia explicação formal para o incidente. Então corri atrasado para um almoço com meus melhores amigos candangos-paulistanos no restaurante da cobertura do hotel Eron.



Eufóricos, conversamos alguns minutos sobre o dia estranho. Uma menina britânica familiar me olhou brevemente antes de desaparecer atrás de uma coluna larga. Levantei imediatamente da mesa e fui atrás para dizer oi. Ela sorriu e em seguida senti um pouco de falta de equilíbrio. Alma Gêmea?



Ouvi um copo quebrando e talheres caindo da mesa para o chão de carpete marrom enquanto garrafas desciam rolando para o canto mais iluminado do restaurante. Nas janelas o horizonte estava diagonal. Eu não queria morrer.



Corri para o elevador panorâmico levando minha câmera. Antes de apertar térreo ele começa a descer quase despencando enquanto o prédio gemia o concreto rachando. Ele parou imediatamente no segundo andar me jogando no chão. Nada importava mais. Nem os amigos que ficaram lá em cima, nem a câmera que usei como pedra para quebrar o vidro panorâmico. Pulei.



Me levantei correndo com o pé torcido. Sem sentir dor, chorava em desespero enquanto a poeira do Hotel tombando tentava me alcançar.



Corri até acordar.