manuela estava sob um orelhão onde funcionava também um chuveiro e uma parada de ônibus.
este bem bolado da prefeitura ficava em um estrado a uns cinco metros de altura. eu subia e descia a escada que dava acesso a ele e manuela não percebia o meu movimento.
considerei que era ótimo que houvesse telefone e chuveiro, visto que ninguém poderia pegar um ônibus naquela altura.
o meu vai e vem em loop continuava e manuela, que usava um jeans justíssimo, não percebia a minha presença.
lembrei que ela estava fora do país, como iria perceber?
esse três em um municipal não poderia ser brasileiro. os brasileiros não têm o costume de ter pensamentos práticos acerca de inutilidades.
e era eu que não estava em país algum, mesmo sem entender o que diziam ao meu redor.