F. e eu nos encontrávamos numa espécie de festa na universidade. Acho que ele estava na sala dele e eu o peguei pela mão e comecei a andar com ele de mãos dadas. Todos nos olhavam admirados. Econtramos uma amiga dele. Eu demonstrei ciúmes, disse que seria capaz de matá-lo e que também tenho um cisne negro em mim. Ele riu muito. Eu estava com aquela voz terrivelmente suave que surge sempre que converso com ele. Minha alegria era imensa, mas ele parecia incomodado com os olhares em volta. De repente, ele se transformou em palha na minha mão (eram pedaços de uns sessenta centímetros, pareciam pequenos cipós). Não me importei, porque ele, afinal, continuava comigo. Em determinado ponto, percebi que ele já não estava em minhas mãos. Voltei meu olhar para trás e ele estava escorado numa parede. O peguei pela mão, disse que não deixaria que ele escapasse e saímos andando. Ele me beijou algumas vezes. Reparei que o braço direito dele estava muito mais moreno e que ele tinha uma aliança de noivado. Ele me disse que tinha reencontrado na Lapa uma louca que ele tinha conhecido no Rio. Pelo que disse, ela parecia ser uma mulher alegre e escandalosa. Continuamis andando, vimos um show. Me sentava no colo dele e todos olhavam. Passamos por Y., que tirou onda por estarmos juntos. Depois, cutuquei E., ela se virou e deu um beijo no bigode dele (ele estava sem bigode e tinha rejuvenescido muito). Eu dizia: " - No bigode, pode. Na boca, não". Quando me beijava, ele dizia algo que terminava com "... a primeira". Não entendi e ele não quis repetir. Ele agarrava minhas pernas e meu corpo como antigamente. Eu estava fugindo de uma aula de Geografia e ele ainda ensinaria até as 21h10. Eu não podia voltar com ele...