Estava decidido. Era isso o que desejava. Num passado não muito distante, fora imaturo, despreparado e incapaz de distinguir o que dentre as decisões erradas, era a menos errada.
Percebi ao olhar para minha adolescência já vivida, que os caminhos que escolhera, eram entãoo desemboque da minha atual situação. Como um rio que tem que escolher o caminho pelo qual deverá percorrer sem nunca ter visto o mar, mesmo sabendo que é ali o seu destino final.
Destino. Esse era o meu: "Encontrar Arayan".
Peguei o primeiro voo, sem saber com que expressão no rosto, sem treinar os gestos ou as frases. Após tantos anos, só desejava encontrá-la.
Encontrei com Iram que levou-me para sua casa e recebeu-me de braços abertos. Senti-me confortável e apartado num território conhecido que mais parecia desconhecido. Sai em frente a piscina que mais parecia um mar, tomei um martini, depois um conhaque. Acreditei que alterado pelas bebidas, sentiria coragem maior para encarar a realidade e dizer tudo que tinha entalado.
"Esse é o tipo de certeza que só aparece uma vez na vida", ouvi em "The Bridges Of Madison County", era isso que queria poder dizer. Se fosse pra ir embora, com o coração partido e seguir a vida sem Arayan, essa era minha escolha de a vida que imita a arte.
Acendi um cigarro, de dentro da piscina avistei a mãe dela que vinha em minha direção. Dei-lhe um abraço, conversamos muito sobre os acontecimentos. Dizem que conversar amansa o coração. Contamos acasos da vida como ela é, um imenso gerador de improbabilidade infinita e de como havia parado ali.
O sonho terminou e não encontrei-me com Arayan.