Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Elon Musk e a picanha de 1308 reais / Tuk

Sonhei que eu estava em uma propriedade que pertencia ao Elon Musk. Um lugar muito grande, tipo uma colônia de férias. Tinha várias áreas abertas, gramados, aposentos, lugar fechado com palco e outras coisas. Eu estava jogando algum jogo de videogame com uma galera e em algum momento decidimos fazer um churrasco. Já era fim da tarde, umas 18h.

Fui atrás de carne, mais especificamente de picanha, e tinha um lugar cheio de geladeiras e lotado de carnes, mas eu só enxerguei frango e cortes de carne que eu não queria. Aí tinha umas geladeiras que ficavam completamente fora do alcance, e você precisava chamar um funcionário do lugar pra te ajudar. Em uma dessas geladeiras avistei uma peça de picanha maturada embalada a vácuo e fui atrás de um funcionário.

O tal funcionário estava ajudando um dos meus amigos a passar uma fase no jogo de videogame. Quando chamei o cara pra me ajudar a pegar a picanha, o meu amigo disse pra mim que eu deveria perguntar para o cara se ele cobrava extra pra ajudar com a picanha, porque tínhamos acertado com ele um valor para ajudar em coisas diversas durante a nossa estadia no lugar, e a ajuda com o jogo a gente já sabia que estava incluída. Logo o funcionário disse que ele podia ajudar com isso sem precisar nada a mais, e lá fomos nós atrás da geladeira inacessível da picanha.

Ele pegou uma escada muito alta, alcançou a tal picanha e gritou de lá de cima me perguntando se era aquela mesma. Eu, não tendo visto nenhuma outra, falei que sim. Ele abriu e 'limpou' a picanha e me deu, na mão, um pedaço de carne sem gordura e com um osso no meio e aquilo era a picanha. Nada se falou sobre o preço. Nem liguei pro fato da tal picanha não ter gordura e ter um osso no meio, eu só queria agora achar uma churrasqueira, e ali por perto tinha uma. Lá estava indo eu, em direção a ela com a carne na minha mão, quando meu telefone toca e era o Elon Musk. Acontece que uma pessoa da administração do lugar deu pela falta da peça quase que imediatamente, avisou o Elon, descobriu o que aconteceu e passou pra ele o meu número. Ele disse o seguinte:

- Oi, Lúcio. Olha, se você quiser essa picanha, ela é sua. Ela é de uma vaca de uma coleção particular minha, e elas valem um milhão de reais cada uma, mas o erro foi do meu funcionário que não falou isso pra você, então você comprou sem saber. Por isso pode ficar com ela se quiser, mas preciso te avisar: você está sem como poder preparar essa picanha do jeito certo. Você deve ter notado lá na entrada os cartazes e a festa toda, certo?

Acontece que estava tendo um festival enorme. Uma espécie de festa de São Vito ou Achiropita, com tudo que essas festas têm: carnes, lanches, massas, bebidas, jogos, brincadeiras e todo tipo de barraquinha. Eu tinha passado por isso na entrada, mas eu tinha chegado muito cedo e estavam ainda montando as barracas naquele horário, por isso na verdade eu não sabia. Eu tinha sentido um cheiro muito bom de comida aquela tarde, e só imaginei que outras pessoas hospedadas estivessem cozinhando, mais nada. Ele continuou:

- A gente tem várias churrasqueiras muito boas aqui. Mas todas as churrasqueiras do lugar que serviriam pra essa carne estão em uso para o festival. Você pode fazer uma fogueira, ou pode usar uma das churrasqueiras altas, mas simplesmente não vai dar. Se você tá com a carne com você agora, você pode perceber que mesmo antes de assar essa picanha está soltando do osso. Pois na churrasqueira alta ela vai se desmanchar antes de você conseguir selar ela, e numa fogueira vai virar carvão.

- É um desperdício enorme, você vai estragar essa peça e eu não faria isso com uma picanha dessa qualidade. Não me entenda mal: a peça é sua. Ela foi vendida pra você sem você saber o que era, então não espero que você pague por ela, mas é um desperdício muito grande. Além disso, você poderia aproveitar o festival e simplesmente comprar tudo o que você e seus amigos querem comer.

No que ele falou sobre a carne soltando do osso, eu verifiquei e realmente estava, mesmo crua. Acreditei nele, e perguntei: "Mas e agora, o que eu faço?"

- Pede pro meu funcionário um saquinho e sal grosso. Salga esse pedaço de carne, coloca ele em um congelador e depois eu asso.

E lá estou eu com um pedação de carne na mão, procurando alguém que me arrumasse um saquinho plástico pra fazer o que ele tinha sugerido. Voltei ao lugar das geladeiras e me deparo com o próprio Elon, que lamentou de novo o que aconteceu, tirou do bolso um saquinho plástico e me deu. Perguntei:

- Beleza, mas... você tem sal grosso aí?

Ele pensou um pouco, foi até um outro lugar onde tinha uma estante com vários livros. No meio dos livros tinha um saquinho aberto de sal grosso que ele pegou, voltou, me deu e foi embora. Taquei a carne dentro do saquinho, que estava meio rasgado, e lotei de sal grosso, sem economizar. Não deu para fechar muito bem, mas ficou assim.

Fechado o saquinho, fui atrás de um congelador. Eu tive a impressão de ter visto um congelador dentro de uma sala administrativa do lugar, mas eu não tinha acesso a essa sala porque a porta estava trancada. Quando tentei abrir a porta porém, ela simplesmente abriu. Por coincidência, duas funcionárias da administração estavam saindo da sala no momento exato em que eu tentava entrar e eu entrei sem falar nada, e não me perguntaram nada também.

A sala era simples, estreita e corria no centro dela uma estante que ia do chão ao teto, como uma espécie de armário embutido sem portas no centro da sala, e cheia de livros e arquivos. Percebi que esse teria sido o lugar de onde o Elon teria pego o sal grosso pra mim, e eu tinha uma impressão muito forte de ter visto um congelador nessa sala em outro momento. As mulheres conversavam em inglês, aí eu perguntei em inglês se não tinha um congelador ali antes. Lembrei que uma das mulheres tinha me atendido mais cedo e falava português. Repeti a pergunta em português e ela disse "Me acompanhe".

Indo atrás dela, chegamos em uma cozinha onde tinha de fato um congelador. Agradeci e me lembrei de uma outra instrução que o Elon tinha dado: "quando for guardar no congelador, coloca meio escondido, pra ninguém achar assim super fácil". Fui ajeitando a sacola atrás de outras coisas, quando percebi naquela sacola uma etiqueta que eu não tinha visto antes. Dizia: "Picanha tals. Tantos kg. R$ 1308".

Fechei o congelador, voltei para o festival, comprei algo para comer e acordei.