Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Dragões, talheres e asma / Tuk

Sonhei que estava dormindo na casa da Suellen, e acordei. Na cama que eu dormia tinha vários gatos, tipo uns 9. Um ou dois deles eram amigáveis, mas a maioria chiava e abria a boca mostrando os dentes pra mim. Quando eu vi isso, levantei com medo e a Su me deu uma bolinha para brincar com três gatinhos amarelos que estavam chiando. Depois de brincar um pouco, eles ficaram mais mansos, mas ainda tinha vários gatos que não gostavam de mim.

A Su tinha, além dos gatos, várias gaiolas de animais, incluindo uma redoma de vidro onde viviam dragões que eu tinha dado pra ela de presente. Tinha quatro dentro da redoma: dois razoavelmente pequenos e baixos, um bem mais alto com as asas abertas e um que parecia um lagarto grandão e gordo, porque ele ficava com as asas recolhidas. Esse, que tinha no corpo um degradê de cores do vermelho ao laranja, a Suellen apontou e disse:

"Esse tá ficando meio grande, né?"

"Verdade...", respondi

"Se ficar grande demais vai ter que sacrificar"

"Acho que você tem razão"

Nisso, os gatos já não estavam na cama e eu queria voltar a dormir. Quando eu deitei na cama, a Suellen me ofereceu uma cerveja (era uma Stella Artois) e eu aceitei. Abri e tomei um gole, e fui colocar a garrafa de lado, quando vi que já tinha uma Stella do meu lado que eu estava tomando e estava ainda na metade. Resolvi não dormir mais e fui dar uma volta.

Acontece que a casa da Suellen era dentro de uma espécie de Sesc. Ao sair da casa dela, me vi dentro de um complexo com várias coisas, gente praticando atividades físicas etc. Tinha uma cozinha que era como uma ilha no lugar, ou seja, ficava no meio de tudo e tinha aberturas para todos os lados, com cadeiras altas para se comer na bancada. Pedi alguma coisa, e eu tinha levado meus próprios talheres, que eu usei para comer.

Passado algum tempo depois que eu já tinha quase terminado, alguém na parte de dentro passou pra recolher as coisas da minha bandeja para lavar. Eu segurei porque ainda não tinha terminado tudo, mas pouco depois a pessoa passou outra vez, e dessa vez eu já tinha finalizado, mas segurei os meus talheres (garfo, faca e colher) explicando que eram meus, mas deixando eles na bandeja. Em seguida veio uma outra pessoa e recolheu meus talheres pra uma dessas bandejas grandes retangulares de plástico cheias de água para os talheres ficarem de molho, o que aconteceu mais rápido do que a minha reação, e aí reclamei para a pessoa que os talheres eram meus, e que iam se perder no meio da água com os outros. Ela disse em tom de desdém que depois eu ia achar. Percebi que a bandeja estava bem perto de uma janela do outro lado e dei a volta na cozinha, e quando cheguei coloquei a mão na água, que estava quase fervendo e tirei rapidamente. Apesar disso consegui pegar um garfo qualquer, que usei para cutucar os demais talheres e consegui achar o meu próprio garfo. Nisso, tive que achar um lugar para passar uma água fria na mão, e quando voltei procurei a janela, e a bandeja não estava mais lá. Ela estava no mesmo lugar, mas percebi que a janela em que ela estava tinha sido fechada e eu estava em outra janela, mas eu não conseguia alcançar. Quando eu tentei ir para a outra janela, não conseguia abrir e resolvi entrar na cozinha para pedir meus talheres de volta.

O trabalho na cozinha já tinha praticamente terminado pro dia, e duas ou três pessoas estavam lavando a cozinha quando eu cheguei na porta e perguntei: "Oi, pegaram meus talheres da minha bandeja e eu queria eles de volta". A mulher que me respondeu estava sentada em uma cadeira daquelas de madeira que se dobram, e a cozinha tinha várias dessas dispostas todas no mesmo sentido, como se alguém fosse dar uma palestra à frente delas. Quando eu falei, ela virou pra mim e disse:

"Agora a gente não pode, porque vai ter ajuda"

"Mas eu quero meus talheres de volta, e eles vão se perder no meio dos outros"

"Quem foi que pegou seu talher?"

Eu não fazia a menor ideia do que era "ajuda", mas comecei a tentar identificar por ali a pessoa que tinha pego meu talher, quando comecei a sentir uma falta de ar repentina. Virei e falei: "Peraí que eu acho que eu to passando mal", e fui embora em direção à casa da Suellen, porque eu sabia que a Natália estava lá com a minha mochila, e na minha mochila tinha minha bombinha.

Enquanto eu ia embora, piorava minha falta de ar, e eu ia arqueando o meu corpo pra frente. Lembro de ter ouvido, enquanto andava, alguém dar uma lição no pessoal da cozinha, dizendo que "não se tratam desse jeito nossos clientes". Continuei andando, cada vez mais lentamente, quando encontro dois homens andando no mesmo sentido que eu, e que me pareciam muito altos, talvez por eu estar com o corpo curvado e mais baixo. Eu já quase não conseguia respirar ou andar, então me apoiei em um dos homens para ver se ajudava, soltei dele e me apoiei no outro, mas não adiantou. Estava quase impossível respirar, e eu senti que ia desmaiar, aí eu acordei, com o nariz completamente entupido.