Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Mandinga / SL

Estava caminhando perto da casa que eu morava quando criança e era madrugada e fazia muito frio. Eu estava sozinha e de longe avistava velas acesas no chão. À medida que ia me aproximando ia vendo com mais claridade do que se tratavam as velas no meio da rua: um destes batuques que vemos em cruzamentos nas ruas. Eu ia chegando cada vez mais perto e estava com a idéia fixa de que não ia passar perto daquilo. Continuei caminhando e quando vi estava na frente da tal bruxaria. Havia uma galinha morta e seu sangue sujava todo o cordão da calçada. Havia quatro velas pretas e vermelhas, acesas. Havia pipocas e milhos, em cima de um papel crepom rosa. Algumas moedas também. E uma fotografia. Tentei olhar foto sem ter que tocá-la, mas acabei por um impulso, tirando a fotografia do meio de duas velas. Era a minha foto. Uma foto que X havia tirado de mim em um passeio pelo centro da cidade há menos de uma semana. Durante algum tempo fiquei tentando entender tudo. Um batuque para mim, na esquina da minha antiga casa, a qual eu estava me dirigindo no momento. Voltei a olhar para a macumba e havia um bilhete dizendo que “em breve eu e X não seriamos mais os mesmos e que nem estaríamos mais juntos e que eu iria pagar por o que fiz a ela”. No final estava sua assinatura. Apavorada, corri até a minha casa e no caminho tropecei em uma pedra. Entro no meu quarto apressada e no caminho vejo meus pais na sala vendo televisão. Entro no quarto e ligo para X. Estava ocupado e eu continuo tentando ligar desesperadamente. Ele atende e eu conto o que acabo de ver. Ficamos estarrecidos com tamanha loucura e perversidade de Y. Peguei um táxi e fui o mais rápido que pude até a casa de X e o levei para mostrar a magia que haviam feito contra nós. Estava quase amanhecendo quando decidimos voltar para a minha casa e dormir. X dizia que eu tinha que esquecer, que Y sempre fora mesquinha. Dormimos e quando acordamos, o batuque não estava mais lá. Caminhamos de mão dadas até um lugar que parecia um bosque e ficamos por horas caminhando sem rumo, conversávamos e riamos. X me dizia que "as forças do mal não eram tão fortes assim" e eu me sentia muito bem.