havia uma extensa faixa de areia, entre a casa e o mar, onde apinhavam-se um grupo de pessoas. dirigi-me à casa e juntei-me aos que estavam atirados por ali. em meio às conversas coletivas, estreitei algumas palavras com uma menina que, muito naturalmente, exibia um topless. nunca soube seu nome, mas acredito que conversamos por muito tempo, pois o sol mudou completamente sua posição. quando parecia escurecer, ela deitou sobre mim e beijamos.
gostei, mas tive imediatamente um senso de responsabilidade, visto que eu havia chegado a praia com B, que estava na outra ponta da faixa de areia, perto do mar, recolhendo os cacarecos praianos (canga, guarda-sol, menos os chinelos, que eu trazia comigo).
decidi tomar banho, em banheiros públicos, onde os chuveiros eram suspensos no mesmo lugar das redes, sacos de dormir e mochilas. me ocorreu se não era inoportuno deixar que tantos objetos se molhassem. ao terminar, ainda molhado, recolhi uma rede. R. apareceu e perguntou se eu havia gostado de sua amiga. a amiga estava atrás dela, como se esperasse uma resposta. já não estava de topless e eu tampouco sabia o seu nome. eu respondi que sim, que havia gostado dela, mas precisava guardar a rede e acabei saindo por outra porta. B. apareceu e perguntou por que eu conversava com tantas mulheres, se eu nunca iria mudar, se seria assim pro resto da vida. eu a ignorei e sugeri que fossemos embora dali.
no momento seguinte, eu estava em uma cidade (porto alegre? barcelona? acho que uma mistura das duas), durante o inverno. caminhava em uma avenida larga, com muitas pessoas na calçada. enxerguei, distantes, R. e sua amiga da praia, que não fazia mais topless foi estava frio e que eu nunca soube o nome, acompanhadas por outra amiga. olhavam-me e riam. então percebi que B. me alcançou, correndo, e permaneceu caminhando ao meu lado, e as meninas passaram por mim, parecendo muito desapontadas.