Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Bala de Hortelã / Maria Claudia

Estava numa pequena cidade e lá acontecia uma espécie de festa regional, e durante as festividades ao ar livre, reparo que uma mulher alta, clara, com longos cabelos negros não tira os olhos de mim. Ela era linda, enigmática. De repente, ela vem até mim e pergunta seu eu tenho uma bala de hortelã! Com o coração aos pulos, falei que ali comigo não, mas que na casa onde estava hospedada sim, se ela realmente estivesse a fim da bala, que viesse comigo. Ela topou e me acompanhou. Chegando lá apresentei a minha mãe, que aparentemente morava nesta casa. Corri para pegar a bala. Aliás, peguei logo várias. Estava extremamente ansiosa e excitada, aquela mulher mexia demais comigo. Depois que dei a ela as balas, ela me disse que precisava ir embora pois tinha hora marcada com o grupo que viajava.

Então, levei-a até a rua para nos despedirmos. Ficamos olhando uma para outra, sem dizer uma palavra sequer. Era evidente que eu também de alguma forma mexia com ela. Foi aí que nos abraçamos, um abraço dolorido pela impossibilidade de ficarmos juntas e viver aquilo que nossos corpos e nossa alma pediam. Depois, ainda no meio da rua, nos beijamos de uma forma contida, para não chamarmos atenção de quem passava na rua, afinal, éramos duas mulheres numa cidade pequena e o povo não estava habituado a uma demonstração de afeto deste tipo. Como ela era bem mais alta que eu, seus cabelos longos cobriam toda a minha face, disfarçando levemente nossos beijos e também nossas lágrimas. Com essa despedida ela se foi, deixando em mim a sensação de que nunca na minha vida eu voltaria a ter uma sensação como a que ela me proporcionou. E é esta sensação que estou sentindo até agora.