era de manhã e eu estava no antigo quarto da minha mãe, e tudo estava bagunçado com pedaços dos meus brinquedos, bijuterias, papéis, e algumas outras coisas que eu não conseguia definir, pois estavam propositalmente escondidas ao lado de um guarda-roupa. Meu tio O estava no quarto ao lado e o quarto dele era pior, mal podia entrar no quarto, devido ao acúmulo de móveis desorganizados. Ti O estava sentado na escrivaninha dele, parecia que escrevia, mas ele não estava fazendo nada, somente sentado em posição de quem escreve algo. Z estava comigo, conversávamos enquanto eu tentava organizar a bagunça do quarto da minha mãe. Vi que em cima do guarda-roupa tinha a parte traseira de uma antiga lambreta, em vermelho e branco. Comentei com Z que a lambreta fazia o quarto mais bonito, que dava um ‘toque original e bonito ‘ ao espaço. Z disse que ele tinha feito aquela decoração, que a tal lambreta era da mãe da namorada dele e ele havia restaurado aquela parte. Z queria ficar comigo, mas eu via ele no apartamento que ele vivia com a namorada, um lugar pequeno, com paredes cinza e azul, descascando; via a cama deles que ficava embaixo de uma grande janela e percebi que era um apartamento no meu bairro, num andar baixo. Tio O se transformou em M e ia nos ver de vez em quando. Eu pensava em ficar com Z, mas quando ‘via‘ a imagem do apartamento dele, com a namorada, não gostava da idéia de ficarmos juntos. Rolava alguns climas, e quase ficamos, mas então eu pensei em M. Atravessei a rua e fui na casa de uma vizinha, antiga amiga. Sua mãe atendeu a porta fiquei na sala, que estava muito suja. Ouvia minha vizinha-amiga chorando e gritando, assim como toda sua família gritava e brigava.