Drömma

aisling . dream . rêve . sogno . sonho . sueño . traum . śnić
Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Chorar em paz / Hannap

Eu, meu pai Jorge e o Chico Buarque, íamos a um show, em um festival que acontecia na cidade. Subiamos escadas rolantes ao ar livre, entre ruas elevadas. Meu pai tinha a programação em mãos e disse que o artista que eu queria ver se apresentava tal hora. Chegamos lá e o show ja tinha acabado, fiquei puto com ele. O Chico foi ver outro show.

Depois estava eu ia subindo uma ladeira, sozinho, voltando pra casa. Tinha vontade de fazer xixi e vi do outro lado da rua um trailer / lanchonete. Atravessei a rua e entrei no lugar. Disse ao pessoal do balcão: - Vou ao banheiro. A porta do banheiro era a mesma porta do microondas da lanchonete. Quando eu abri a porta o garcon segurou com a mão e perguntou-me: - Qual o teu nome? Eu lhe disse: - Gustavo. Ele apontou uma faca pro meu pescoco e foi empurrando-me para fora. eu torci a ponta da faca com a mão, para evitar que ele me furasse. Ele comecou a me insultar dizendo que eu nao podia sair entrando no banheiro de um bar assim, sem pedir permissão. Fui embora com muita raiva porque achei exageradamente agressiva a maneira com que ele reagiu, ameaçando-me com a faca. Cheguei em casa, onde moravam todos os meu amigos e familia e quis contar a historia, mas fui rodeado por 6 amigas minhas, todas vestidas de branco, falando sem parar, mostrando-me coisas. Finalmente consegui chegar ao quarto, onde estava meu pai Eugênio, minha mãe e alguns amigos sentados. Contei, indignado, a historia e vi pela janela que o pessoal do trailer vinha entrando na casa. O rapaz que me havia ameaçado era pequeno e tinha o corpo deformado. Ele vinha cabisbaixo. Sentou-se ele, acompanhado de um casal, que também trabalhava no trailer, na varanda da casa, de frente pra janela do quarto onde estávamos. Senti que ele tinha se arrependido. Os 3 entraram na sala e o homem sentou-se ao meu lado e apoiou a cabeça no meu ombro. Eu comecei a chorar de soluçar. Uma criança de uns 4 anos, que também estava na sala, começou a chorar ao ver-me chorar. E então meu pai Jorge disse: - Para de chorar Gustavo. Eu lhe respondi: - Deixa-me chorar em paz.