Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Cidade lisérgica / Hannap

Sonhei que estava com a Gab em um ônibus, indo para um festival. Era um lugar onde o consumo de drogas lisérgicas era quase obrigatório. Comemos cada um uma rodela de cogumelo seco e ondulado, como uma batata chips cor-de-rosa. No início da viagem estávamos um pouco tensos, com as pessoas ao redor, não conhecíamos ninguém. No meio do caminho fomos relaxando. Eu e a Gab começamos a conversar com a galera do ônibus. Era uma excursão. Todas as pessoas eram jovens e eu fiquei impressionado com a quantidade de meninas bonitas. Ela também.
Descemos do ônibus, já no local do festival. Nos olhamos e os olhos brilhavam. O cogumelo havia batido. Saímos para caminhar no lugar e cada coisa parecia muito fantástica. Era uma cidade abandonada em ruínas, mas o chão era bonito, tinha azulejos com desenhos fractais, as paredes, as construções. Tudo tinha muita cor e ornamentos. Parecia uma cidade lisérgica de um tempo antigo. De repente entramos em um lugar que tinha uma energia especial. Era uma igreja, um lugar místico. Ficamos embasbacados. Em um dos cantos, escondida atrás de um pedaço de parede, estava uma estátua do Ganesha, de mais de 2 metros, toda cravejada de pedras coloridas. Era muito lindo. Fomos entrando cada vez mais no lugar. Dobramos à direita no final da igreja e entramos em um corredor de uma casa, que se fundia com a igreja. Era a casa de dois homens, um de 50 anos e o outro com mais de 70. Pai e filho. Eles se pareciam muito e nos trataram muito bem. O filho nos convidou para entrar e o pai, em uma cadeira de rodas motorizada, falava muito sobre vários assuntos. Os dois usavam uma barba como a barba do Don Quixote e pareciam muito sábios. Entramos na biblioteca da casa. Era uma sala não muito grande mas com um pé direito de mais de 6 metros. Nas paredes, estantes e pôsters da maçonaria. Entendi que o velho era um importante maçon e que a maçonaria tinha sido grande apoiadora da psicodelia, do uso de ácido lisérgico, etc. Saímos da biblioteca e fomos comer algo em uma sala. A casa era abarrotada de coisas e era difícil andar por ela. Muitos eletrodomésticos e móveis espalhados por todos os lados. Os dois homens continuavam a contar histórias. Andei até a cozinha para levar os pratos sujos e encontrei um menino de aproximadamente 12 anos, provavelmente filho do homem mais novo. Ele parecia a pessoa mais lúcida do lugar. Estava colocando louça suja em uma máquina de lavar. Aproveitei e coloquei também meus pratos.
Saímos para o pátio da casa, um lugar cercado por um muro e com uma antiga piscina no meio. O homem de 50 anos contou-me então que aquele vilarejo, onde vivia uma comunidade lisérgica alternativa organizada pela maçonaria, havia sido palco de uma resistência armada contra o exército. Como a cidade de Canudos. O lugar resistiu a diversos confrontos mas acabou sendo destruído. A casa onde estávamos havia sido palco de uma das mais importantes vitórias da comunidade. Enquanto ele contava esta história era possível ver as cenas de tiroteio acontecendo na nossa frente em holografia. A última imagem é de um comandante do exército levando um tiro no peito e caindo em câmera lenta.