Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Metrô montanha-russa / Hannap

Sonhei que estava em Teresópolis e peguei um metrô.
Paramos em várias estações mas não desci em nenhuma.
Eu não tinha destino certo.
Percebi que o metrô descia muito, como se fosse uma ladeira, quase uma montanha-russa.
Perguntei para uma senhora do meu lado se aquilo era normal. Tanta descida.
Ela disse que sim.
Entendi que estava descendo a serra e saindo da cidade.
Fiquei um pouco assustado, mas depois pensei que estava de férias então seria bom conhecer outra cidade e passear.
Levava comigo meu computador e dois livros.
O metrô finalmente parou no ponto final, depois de muito tempo sem parar.
Desci do trem e sai pela cidade. Estava atravessando a rua e vi dentro de um carro uma mulher ruiva. Reconheci. Era Lisele Taufer. Ela sorriu pra mim. Pensei que estava em Caxias do Sul.
Neste instante percebi que havia esquecido meu computador dentro do trem.
Voltei correndo para a estação e desesperado comecei a pedir aos guardas que impedissem o trem de andar.
Eles riam de mim. Eu continuei correndo e cheguei até o trem, que estava fechando as portas para andar.
Pedi a outros guardas para pararem o trem. Expliquei que havia esquecido meu computador lá dentro. Um disse que isso era impossível, com uma expressão que fazia pouco caso do meu desespero.

Havia uma plataforma que ficava na altura do teto do trem. Onde estavam os guardas e outras pessoas. De lá saltei sobre um vagão e impedi assim que o trem saísse da estação. O trem começou a mover-se lentamente e eu comecei a argumentar com os guardas.
Dizia que era simples, simplesmente queria perguntar se haviam encontrado meu computador. Todos os guardas debochavam e faziam pouco caso.

Contei um drama. Disse que todo o meu trabalho estava lá. Que eu era desenhista. Não teve efeito. Menti. Disse que sustentava a minha mãe. Que pagava o plano de saúde dela.
Vi um sujeito desenhando na estação e disse. Sou artista, como ele!
Este sujeito declarou. - Se eu estivesse dentro do vagão e entrasse alguém da empresa do metrô para buscar um objeto perdido, eu iria gostar e confiar muito mais nessa empresa. Eu como usuário do metro iria me sentir mais seguro e satisfeito.
Suas palavras fizeram muito sentido, inclusive para os guardas.

Este sujeito subiu junto comigo no vagão e fomos caminhando sobre o trem.
Eu lembrava que estava sentado bem na frente de um vagão. Resolvi descer e tentar entrar em um deles. Forcei e abri a porta. O trem estava lotado. Perguntei: - Foi achado aqui um laptop e dois livros. E todos responderam como no colégio: - Siiim! Me apontaram uma criança que havia encontrado os objetos. Fiquei muito feliz e lhe agradeci. Perguntei ao menino se queria ficar com algum livro e ele me apontou um deles. Dei o livro, um beijo no menino e sai feliz da vida.
Agradeci também o sujeito artista que foi a única pessoa que me apoiou na empreitada.
Sai feliz pela cidade.