Sonhei que namorava um cara que eu não sabia o nome (vou chamá-lo de Fulano), estava com ele passeando por um bairro e procurando um lugar alto pra tirar foto. Ele me disse que me levaria num lugar mas que era meio difícil de subir. Eu o segui e então chegamos num beco muito estreito, onde só passava uma pessoa por vez.
No final do beco, havia uma escadinha feita de barras de aço grudadas na parede e um pouco mais acima no final da escada, havia um buraco. Ele me explicou que teríamos que subir e atravessar o buraco, mas que quando chegássemos lá, deveríamos entrar com as costas no chão e a barriga pra cima.
Estava um dia bem quente e ensolarado, eu pude sentir as barras de aço quase queimando minhas mãos por terem ficado ali expostas no sol. Ele subiu primeiro eu via o quão estreito aquele buraco também era porque ele virou a cabeça de lado, encolheu a barriga e ainda por cima ralou a bochecha pra passar. Eu me virei pra me enfiar senti o concreto do buraco arranhando minha bochecha esquerda.
Quando me levantei, vi que estávamos numa espécie de casinha feita de madeira com o teto um pouco baixo (mas alto o suficiente pra eu ficar de pé) e algumas janelas de vidro bem sujas por onde a luz do sol entrava um pouco. Essa casinha era uma sala em formato hexagonal, com alguns colchonetes finos espalhados pelo chão e uma espécie de pira pra acender fogo no meio, mas só tinha umas pedras pretas dentro.
Eu me senti muito confortável no lugar e o Fulano me disse que o ar dali era como md, pra eu respirar bem fundo e aproveitar.
Mais dois homens e duas mulheres apareciam e todos eram amigos ou conhecidos do Fulano. Cada um se acomodava em um lado do hexágono e todos começavamos a conversar sobre o movimento das coisas, interações, conexões e amor, tópicos que amo discutir. Todos respiravamos aquele mesmo ar abafado que nos deixava cada vez mais próximos mesmo estando em lugares diferentes na sala.
Íamos tirando nossa roupa, um por um, porque o lugar estava bem quente e porque estávamos tão íntimos que já não importava mais se estávamos vestidos ou não. Começamos a fazer carinho em nossos próprios corpos como se estivéssemos fazendo uns nos outros, porque cada toque era como se fosse a outra pessoa tocando. Aliás, não só com uma mais com todos. Estávamos sentados separados, de olhos fechados e eu me sentia conectada com todos, menos com Fulano. Resolvi olhar para a esquerda e vi que ele não estava desfrutando do momento e sim se aproveitando de uma das mulheres que estavam lá, beijando o corpo dela e passando a mão em suas partes íntimas. Ela não conseguia perceber porque estava concentrada e conectada no carinho geral e de olhos fechados.
Naquele momento eu senti muito nojo dele e tive noção de que ele era só um aproveitador que estava estragando o clima de uma coisa que ele mesmo tinha me apresentado. Apesar de chateada, eu não queria desperdiçar a troca com aquelas pessoas que estavam nuas de corpo e alma junto comigo.
Cutuquei fulano no braço e falei quase chorando que ele era um escroto. A mulher abriu os olhos e também olhou pra ele indignada por ele ter quebrado a conexão da roda, por ter abusado dela e por ter me traído. A roda não tinha intuitos sexuais e a atitude dele chocou a todos.
Tiramos ele do local e eu fiquei muito triste, as mulheres me abraçaram e os homens deram um beijo na minha testa. Acordei.