Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
/ Hannap

Sonhei que eu estava com o Dé, saindo à noite em Porto Alegre, numa casa noturna.

O Dé tinha um escritório ali perto. Nós resolvemos deixar algumas coisas dentro do escritório, pra não ter que carregar.
Resolvi deixar meu cartão do banco, pra não perder.

Ele me entregou um chaveiro pra eu entrar e deixar as coisas em cima da mesa.
Só que o chaveiro era tão pesado, tão pesado.
Tinha umas 300 e poucas chaves. Eu achei aquilo muito estranho.
Eu tentei deixar aquele chaveiro lá dentro também e pegar só a chave da porta do escritório.
Mas eu não consegui separar a chave. Era tudo enredado.

Fiquei indignado. Deixei as coisas, fechei a porta, peguei o chaveiro. Olhei pro Dé e falei: - Que isso isso? Que chaveiro é esse?

Ele era tão grande que ele ficava dentro de uma sacola. Eu entreguei a sacola pra ele e falei: - Dé, tu sabe que isso aqui não tá legal né? Tem alguma coisa errada, guardar tanta chave.
Ele falou: - Tá, tá, eu sei.

Entramos na casa noturna, sentamos numa mesa e começamos a conversar.

Ele pegou na minha mão, me olhou e perguntou: - E aquela coisa que tu fez, como é que é? Tu gastou muita grana?
Ele tava falando do Vipassana.
Eu falei: - Não Dé, é de graça.

Aí eu percebi que ele tinha muita coisa pra mexer internamente. Muita coisa guardada.
E que o Vipassana seria interessante pra ele.
Mas eu mesmo fiquei com medo, porque eu imaginei tanta dor, tanto sofrimento que ele guardava.

Ficamos conversando sobre isso.
Eu falei: - Dé, tu é um cara que já fez ou faz análise. Tu vai gostar do Vipassana. É um negócio sério. Dói muito, mas tu vai mexer profundamente em várias questões.

Ele olhou pra mim e falou: - Eu não sei. Tenho medo de abrir um negócio e não conseguir controlar.
Eu falei: - Entendo esse medo, mas é tranquilo, porque lá tu tem apoio e não acontece nada de ruim.

E ficamos conversando sobre isso. Eu senti o Dé frágil. A gente falou do pai dele, meu avô.
Ele disse: - Tudo o que eu faço eu penso que eu tô fazendo pro meu pai, pra dar suporte pra ele. Suporte que ele deveria ter recebido.
Eu falei: - Poxa Dé, engraçado tu falar isso, porque o certo era tu ter recebido o suporte dele. O papel do pai é esse. Tu não tem que dar suporte pra ele. Não é o caminho natural. Não é tua responsabilidade.

Eu disse: - É muita paranóia, né Dé?
Ele falou: - Cara, tem um bicho. Quando eu chego em casa, depois de tal horário, eu percebo ele.
Eu perguntei: - Você ouve ele?
Ele disse: - Não, é um vulto.
Eu falei: - Caralho Dé! Que loucura.
Senti que ele tinha muita paranóia, muito medo.

Eu disse: - Dé, eu também sinto isso. Também tenho essas coisas. Mas fica tranquilo. Isso vai ser bom mexer.

Foi um sonho interessante e uma sensação muito legal, muito bonita, de estar junto com o Dé.
Percebi que ele tinha muitas defesas, muitas cascas, muita proteção que ele construiu ao redor dele.
Nós falamos de muita coisa.