Drömma

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Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
Novo Caminho / Laercio

Duas semanas depois de encontrar (ou reencontrar, ainda não sei) a Willa na estação de trem e ter dado aqueles abraços e beijos tão quentes, praticamente isolados dentro de uma bolha mágica enquanto a multidão fluia a nosso redor, nos encontramos novamente.

Fomos a um motel perto do lugar aonde trabalho.

Ficamos sozinhos pela primeira vez onde pudemos conversar sossegados, e fazer amor. Como nunca antes.

A sensação foi boa e assustadora ao mesmo tempo. Como deve acontecer a todos os amantes, mas com a Willa algo especial aconteceu.

Em um momento, olhei dentro dos seus olhos... aqueles olhos, sorrindo para mim, e foi como uma névoa do passado se dissipando.

As memórias de um passado cheio de felicidade começaram a se descortinar.

Fiquei paralisado, perdido dentro daquele olhar que sorria para mim.

Durou menos de um segundo, mas parecia que séculos de história estavam contidos nele.

E a história era mais linda que o mais belo conto de fadas jamais escrito.

De repente a frase “o perder-se era muito parecido com o encontrar-se” começou a fazer sentido para mim.
Parque Trianon / Laercio

Eu e a Luana estamos andando no Parque Trianon da Av. Paulista, fazendo caminhada e conversando.

Isso aconteceu de verdade num passado distante, e no sonho as cenas estão se repetindo, mas com mais colorido.

Depois de andar bastante sentamos num banco do parque e dou para ela um manuscrito do livro que vou publicar (na vida real eram páginas impressas).

No sonho são folhas de caderno escritas com caneta bic azul.

E enquanto ela lê me vejo escrevendo aquelas páginas enquanto estava parado num congestionamento na Av. Nove de Julho.

Estou escrevendo de novo a história que já escrevi tantas e tantas vezes, sobre a bola de cristal.

Então tudo se mistura: eu escrevendo, a Luana entrando na bola como a personagem do meu conto, a gente caminhando no parque e depois nas paisagens do conto que escrevi.

De repente ela para de ler e faz uma pergunta sobre uma parte do conto e tudo volta ao "normal": estamos sentados num banco do parque, ela está segurando as páginas do meu manuscrito e estou sentado do lado dela ouvindo música num iPod.

Uma menina passa e dá para a gente dois chaveiros de coração com frases da bíblia escritas atrás.
Briga no futuro / Laercio

Estou brigando muito feio com a Luana... somos casados e estamos na cozinha do nosso apartamento.

O motivo da briga é porque ela mentiu para mim. Não sei sobre o que. Na minha fúria vejo tudo com um tom avermelhado.

Ela diz que mentiu por amor. Eu retruco que ninguém mente por amor, digo que ela nunca me amou, que nosso casamento é uma farsa desde o começo.

Estamos em algum tempo distante no futuro. A cozinha é toda futurística, parece mais um laboratório científico.

Usamos óculos, tipo o Google Glass, que mostra uma série de indicadores sobrepostos ao campo visual.

Um dos indicadores é o nível de raiva, que está quase em 100%, e há também um alerta de perigo (um ponto de exclamação num triângulo vermelho) piscando sobre nossas cabeças.

Objetos virtuais passam flutuando na nossa frente. Sólidos geométricos. Eu pego um cone e jogo nela com toda a minha força. Ela faz um gesto com as mãos e o cone explode em milhares de pequenas conchas marinhas que caem no chão como uma chuva de confetes.

Através dos óculos dá para ver também as palavras assim que elas saem de nossas bocas. São ameaçadoras como mísseis. Elas voam em direção um do outro mas batem numa espécie de campo de força sem nos atingir.

Numa tela gigante, do tamanho de toda uma parede à esquerda, aparecem cenas do passado... a gente caminhando de mãos dadas num parque, se beijando, aninhados numa cama... como numa tentativa de nos lembrar os bons momentos do passado.

De repente a Luana puxa uma alavanca do lado das torneiras da pia e o chão se abre. Estamos caindo, caindo, caindo e então acordo.
Personagem sem rosto / Laercio

Estou lendo um romance escrito pela L. Conforme eu leio, as cenas acontecem de verdade.

A história transcorre normalmente e de muitos detalhes eu não me lembro, mas de repente aparece um novo personagem.

Esse personagem é bem construido na história, mas na cena que acontece de verdade ele não tem rosto, nem nome...

A protagonista é apaixonada por ele, mas eu sinto que tem alguma coisa errada.

Eu leio o livro e vejo a cena se desenrolando a minha frente: O homem sem rosto se levanta do piano que estava tocando e se curva brevemente para a pequena plateia ao seu redor que aplaude entusiasmada.

Ele caminha pelo tapete felpudo que forra o chão da sala e sai pela porta de vidro para a chuva lá fora. Os aplausos continuam. Umas dez pessoas vestidas elegantemente em volta do piano.

L. está entre elas, aplaudindo com mais entusiasmo do que todos, um pouco exagerada até, eu diria.

Lá fora uma trovoada muito forte espanta a todos, eu inclusive que não estou lá. Apenas assisto a cena. E fico pensando que a roupa do Sr. X vai se estragar.

No canto da sala tem uma máquina xerox e duas meninas estão brincando com ela. Estão tirando cópias de uma foto que não param de sair da máquina e saem voando pela sala. Todos pegam as folhas para olhar.

É uma foto da esposa do Sr. X, que misteriosamente também não tem rosto. Eu também pego uma dessas fotos, e nas minhas mãos, a pessoa na foto (que não tem rosto) começa a chorar, molhando meus dedos com lágrimas.
Procura / Laercio

Estou no salão de festas do castelo procurando a Luana.

Apesar de ser um dia claro lá fora, as janelas estão fechadas e dentro do salão está uma penumbra estranha, embora não de todo desagradável.

Dá para ver os quadros nas paredes que parecem se mexer na semi-escuridão.

Uma escada de mármore dá para os aposentos superiores. Subo por ela e sigo por um corredor acarpetado de vermelho.

À esquerda uma porta gigantesca está entreaberta. Atravesso e entro num quarto estilo vitoriano.

A cama ricamente decorada com um dossel de fino tule azul está vazia. Não sei como, mas eu sei que é o quarto da Luana.

Há um leve perfume no ar. O perfume de Luana. Mas nem sinal dela. Aparentemente ela passou por aqui há pouco tempo.

Saio do quarto e sigo pelo corredor que parece não ter fim. À medida que avanço, ele parece ficar mais estreito e baixo até que eu não consigo

mais continuar.

Me viro para retornar, mas atrás de mim não há mais o corredor. Ao contrário, uma parede de tijolos surgiu atrás de mim. Estou preso!

No chão, o mesmo tapete vermelho e olhando para cima, vejo nuvens passando num céu avermelhado pelo por-do-sol.

Não estou mais no corredor. Estou ao ar livre, a beira de um lago de águas calmas. O sol está se pondo a oeste. Há montanhas e colinas cercando o

lago.

Luana... onde você está???
Contando sonhos / Laercio

Estou inventando sonhos para contar para a Luana, mas a medida que eu os invento, acontecem de verdade!

No primeiro, a gente está no hotel em Santos e ela diz "agora que nós dois somos comprometidos podemos ficar juntos". E passamos a noite nos braços um do outro.

No segundo, a gente precisa ficar em São Vicente por causa de outro projeto. O Cedric (namorado dela) mora nessa cidade e pede para ela ficar a noite com ele, mas ela diz que não pode, que já fizeram reserva no hotel e diz que precisa ficar comigo. Ele fica louco de ciúmes e dá uma bofetada na cara dela.

Depois, a gente está fazendo amor, ela me chama de Cedric, depois do nome do ex-marido dela, depois começa a inventar nomes, eu acho que ela está fazendo de propósito, mas ela nunca me chama pelo meu nome verdadeiro.

No último, ela está cantando para mim. A música é linda e meus olhos se enchem de lágrimas. Estamos numa praia deserta, tem um bonde verde ao fundo. De repente ela começa a diminuir de tamanho e vira uma criança. Começa a catar conchinhas na areia. Um vento forte começa a soprar. Olho para o céu. Nuvens escuras se formam e chovem folhinhas verdes.

Eu comecei contando esses sonhos (que aconteciam enquanto eu contava) para ela no salão em que dançamos dias (ou anos) atrás, no final eu estou contando os sonhos através do Skype.
Adeus / Laercio

Estou me despedindo da Luana numa festa para comemorar o inicio da operação em uma empresa. O final do projeto.

O clima de felicidade é geral, mas por dentro estou triste porque não sei quando voltarei a vê-la.

Volto pra casa onde os espaços parecem apertados e as paredes escuras.

Passa muito tempo, não sei quanto, e a gente não se vê.

De repente meu coordenador me liga, dizendo que tem um projeto novo e que eu e a Luana vamos trabalhar juntos.

Fico muito feliz, finalmente vou vê-la novamente.

Mas a data de inicio do projeto é sempre adiada, muitas vezes e a felicidade vai se transformando em preocupação.

Passa-se mais tempo. Então a Luana me liga dizendo que vai sair da empresa... vai trabalhar no exterior. Está muito feliz.

Eu procuro compartilhar da felicidade dela, mas por dentro, novamente, me sinto entristecer.

Estou no aeroporto vendo-a embarcar no avião que vai levá-la para longe. Não sei para onde, nem quando ou se volta.

Ela está linda como sempre, radiante de felicidade enquanto leva sua mala pela escada de embarque.

Eu aceno uma despedida com os olhos cheios de lágrimas e ela se vai.
Xadrez / Laercio

Estou no alto de uma colina. É uma manhã agradável, o sol acabou de nascer e não tem nenhuma nuvem no céu.

O chão é todo gramado, mas forma uma padrão xadrez com grama verde clara e escura. Cada quadrado de grama tem mais ou menos um metro quadrado.

O terreno se estende em colinas suaves para todas as direções. Dá para ver quilômetros de distância.

Na direção de onde o sol nasce dá para ver um agrupamento de peças de xadrez ao longe, elas estão se movendo rapidamente em minha direção, mas ainda vão demorar um pouco para chegarem.

Sinto que são hostis e preciso fugir dali, mas não há nenhum lugar para se esconder.

Um pouco antes de começar a me dirigir na direção oposta às peças de xadrez, percebo que a Luana está dormindo na direção das peças. A uma meia distância entre mim e as mesmas.

Preciso ir até ela para que fuja junto comigo, ou então as peças de xadrez vão pegá-la!

Começo a correr em direção a ela, gritando seu nome para tentar acordá-la, mas ela parece estar dormindo profundamente. Meu coração acelera de ansiedade, com medo de não alcançá-la antes das peças de xadrez.

Chego até ela um pouco antes das peças de xadrez. Tento acordá-la, mas ela dorme profundamente. Em desespero olho ao redor e vejo as peças se aproximando, devem chegar em menos de um minuto. Nesse momento Luana acorda, um pouco confusa, sem saber o que está acontecendo.

Eu falo que precisamos sair dali imediatamente, depois eu explico. As peças de xadrez estão quase sobre nós.

Percebo que é tarde demais. Não vamos conseguir fugir. Mas nesse instante o chão se abre sob nossos pés e caímos para um mundo alternativo.

É um salão vitoriano, com móveis antigos e quadros nas paredes. Nos quadros estão representadas batalhas com as peças de xadrez que iam nos pegar no mundo acima. Sinto que o lugar não é seguro, mas pelo menos não há ninguém lá além de nós.

As paredes são brancas, menos uma que é amarela. Há uma janela com uma cortina verde e um quadro com a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo em uma das paredes.

Também há conchas do mar penduradas em uma parede.

Luana está assustada e me abraça. Ela diz que teve um pesadelo e vejo lágrimas nos seus olhos.

Eu a abraço forte e tento parecer confiante. Digo que nada vai acontecer de ruim e que vou protegê-la.

Ela sorri e me dá um beijo. Quente. Esquecemos de todas as preocupações ao nosso redor. Pelo menos por enquanto...
Serra do Mar / Laercio

Estou subindo a serra em direção a São Paulo com a Luana. Embora estejamos no meu carro, ela está deitada numa cama, dormindo a meu lado.

É noite, chove bastante e mal dá para ver a estrada. Estou numa velocidade muito alta e não consigo diminuir. Há muitos caminhões grandes subindo a serra na mesma estrada.

Estou consciente do perigo, meu coração está super acelerado. Ao mesmo tempo que me concentro na estrada, procuro não deixar a Luana acordar. Não quero que ela se preocupe com a situação.

Preciso protegê-la a qualquer custo.

Depois de um tempo que parece uma eternidade, trocando de faixas com o maior cuidado, finalmente chego ao topo da serra. O tempo melhora, a chuva passa, os caminhões desaparecem e eu consigo diminuir a velocidade.

O céu está apinhado de estrelas e uma lua cheia linda aparece no horizonte. Nesse momento Luana acorda um pouco confusa e diz "Nossa, já é noite! Acho que cochilei um pouco."

Eu minto que a subida foi tranquila para não deixá-la preocupada. Logo vamos chegar em casa.

Nesse momento a cena muda, a única coisa que se mantém é o céu super estrelado e a lua cheia no horizonte.

Estamos num tribunal, sentados no banco dos réus, mas não sabemos do que estamos sendo acusados.

O juiz, o advogado, o promotor e os jurados são todos anjos. Altos, com expressões austeras e asas enormes. Estão todos de roupa preta e falam numa língua estranha que não entendemos.

Tento falar algo para acalmar a Luana mas nenhuma palavra sai da minha boca. É como se o ar não carregasse as palavras, embora ouçamos os anjos muito bem.

Vejo que a Luana está bem assustada, coloco um braço sobre seus ombros para tentar acalmá-la e a sinto tremendo.

Os anjos fazem o julgamento deles por um longo tempo, mas antes que o juiz dê a sentença eu acordo. (ainda bem!)
Lady in Red / Laercio

Eu e a Luana éramos crianças... com cinco, seis anos. Vestíamos roupas como as crianças usavam há cem anos atrás. Bem antigas. Estávamos sentados em cadeiras enormes, de frente um para o outro. Eu lia para ela. O livro era gigante também, quase metade do meu tamanho e muito pesado. Eu tinha dificuldade para segurá-lo, e as palavras eram meio borradas e se mexiam um pouco, como costuma acontecer nos sonhos, mas dava para ler.

A história era sobre uma princesa que dançava em um baile no castelo numa linda festa.

De repente a cena muda, estamos dentro da história. Dançando no salão. Estamos adultos agora. A Luana está com um vestido vermelho super curto e um decote enorme. Seu cabelo preto está muito comprido, chegando até a cintura. Ela usa uma tiara elegante, brincos, colar, pulseira e anel de pérolas. Mais linda que na vida real (se é que isso é possível).

Eu estou usando um terno preto elegante, a festa parece ser chique, o salão é imenso e há um lustre de cristal refletindo um milhão de cores no teto e nas paredes brancas. Mas só nós dois estamos dançando lá. Toca a música Lady in Red do Chris de Burgh. Estamos dançando de rosto colado e eu a desejo. Quero dizer algo em seu ouvido, mas nenhuma palavra me ocorre. A música está terminando e eu querendo que ela dure para sempre. Queria que o tempo parasse, mas isso é uma ilusão. Como o sonho. Que termina junto com a música...
Reencontro / Laercio

A moça bonita de Salvador ERA ELA!

Incrível como demorei para perceber, mas também... depois de tantos anos!

O mesmo jeito ansioso, o mesmo gosto por filosofia, o mesmo olhar...

Foi quando ela me falou de xadrez e do Pequeno Príncipe que eu finalmente percebi que a conhecia. De outro tempo, de outro mundo!

Ela também não me reconheceu, mas não a culpo. Com tantos pensamentos dentro da cabeça deve ser difícil organizar as lembranças, ainda mais as que são de outras épocas.

E como o destino gosta de nos pregar peças, da mesma forma que da última vez, ela já vai embora...

Não dá para mudar o destino dos acontecimentos, é claro que vou deixá-la partir, como das últimas vezes.

Mas vai ser impossível não sentir saudades.
Calçada azul / Laercio

Miucha está sentada num degrau numa calçada chorando. Suas duas filhas já adolescentes, tentam consolá-la. Ela segura um celular e tem o olhar vazio.
A calçada é toda pintada de azul. Tem uma loja de material de construção ali perto e um ponto final com um ônibus bege e verde.
Estou em pé ao lado do meu carro fumando, olhando para ela.
Ela olha para mim sem me ver e diz "Olha, parece o carro do -Laercio-"
Suas filhas vão embora deixando-a sozinha com seus pensamentos tristes.
Primeiro encontro / Laercio

Finalmente fui encontrar a G. depois de conhecê-la no Almas Gêmeas e trocado uns poucos e-mails e telefonemas.
Encontrei-a na faculdade e fomos ao Sh. Paulista.
Na escada rolante de-lhe o primeiro beijo de muitos...
Fomos assistir "A Espera de um Milagre", lindo filme, embora nem tenhamos prestado muita atenção, rs.
Comemos por lá e depois a levei em casa.
Não vamos nos ver no domingo, mas descobri que ela trabalha pertinho de mim. Que bom! Poderemos nos ver na hora do almoço nos dias de semana =)
Estrela / Laercio

Sexta-feira a noite: liguei para a Miucha, que medo... entrei e sai de casa mil vezes antes de me decidir com medo da minha namorada me ligar de Londres e descobrir que eu não estava em casa... peguei o celular e fui.



Cheguei na Estrela pela primeira vez. Que emoção, tudo igual e tudo diferente de 2 anos atrás!



Como minha filha Sofia está grande! Nem a reconheci quando a vi pela primeira vez, mas era ela! Ela perguntou meu nome assim que cheguei e me levou até a sua mãe... Miucha... quanto tempo! Eu a abracei tremendo e lhe dei um beijo... tão igual e tão diferente!



Maravilhosa! Vi também sua irmã mais nova, que linda!



Conversamos amenidades. Peguei a Miucha e a Sofia e fomos para uma lanchonete. Sentamos e conversamos, contei para Miucha que estou morando sozinho. Depois voltamos para a Estrela, (segunda vez) deixamos Sofia dormindo. Miucha quis vir para minha casa.



Em casa ela ficou sabendo da viagem de minha mãe, pareceu chocada. Passeou pelos cômodos, sentindo saudades. Fomos para a cama. Foi bom, como sempre, até melhor, por causa da emoção. De madrugada, levei-a de volta para a Estrela (terceira vez).



***



Sábado a noite: minha namorada ligou de Londres. Muito assunto para colocar em dia. Começamos a teclar pelo MSN. As horas passaram. Mandei um torpedo para Miucha avisando que não poderia vê-la. Acho que não recebeu. Pedi uma pizza e comi sozinho.



***



Domingo pela manhã: Voltei a Estrela pela querta vez buscar a Miucha e a Sofia para almoçarmos na casa de sua mãe. Ela está ótima como sempre! Me recebeu super bem. Conheci seu novo companheiro. Gente fina. Muito bonzinho. Também vieram as irmãs de Miucha, a mais nova que eu já tinha visto na sexta e a mais velha que também me deu um abraço gostoso.



Delícia de almoço, cerveja, risadas, música, tudo muito gostoso! Pena que não vai durar muito, e o tempo passa tão rápido.



Deixamos Sofia com sua vó e fomos comprar algumas roupinhas para Sofia. Depois fomos para minha casa. Uma chuva desabava lã fora.



Cerveja, vinho e cigarros. Ouvimos música, cantamos e choramos juntos. Fizemos amor. Doce. Miucha dormiu e não queria mais ir embora, mas era preciso. Toda hora nos lembrávamos da hora. Voltamos para buscar Sofia.



A chuva tinha parado. Mas o ar estava estranho. Paramos para comprar esfihas. No caminho de volta para a Estrela (seria a quinta vez), o namorado de Miucha ligou. E pior, ouviu Sofia falar o meu nome.



Ele estava na Estrela, louco de ódio, não podíamos ir para lá. Miucha estava com muito medo. Achava que ele ia matá-la! Voltamos para minha casa onde Miucha e sua filha dormiram na sala.



***



Manhã de Segunda-feira: preciso trabalhar. As coisas deviam estar mais calmas na Estrela. Não era possível que o namorado de Miucha a ficasse esperando tanto tempo, além disso sua mãe iria protegê-la. Levei Miucha e Sofia para lá com o coração na mão. (Quinta vez na Estrela).



Percebi que ela havia esquecido algumas coisas no meu carro, e outras na minha casa. Isso significava que eu a veria mais uma vez.



Pelo menos mais uma vez...



***



Segunda-feira a noite: Volto para a Estrela pela sexta vez. Miucha está lá com suas amigas. Sofia está brincando no playground.



Conversamos. Ela me conta que seu namorado agora é ex. Sem maiores problemas. Sua mãe segurou as pontas na hora do fim. Pergunto se Miucha quer voltar para minha casa. Só mais uma vez. Ela aceita.



Vamos para casa e conversamos e rimos e bebemos e fumamos e nos beijamos e nos olhamos e fazemos amor pela última vez...



Dormimos juntos pela primeira vez. Ou era como se fosse. E acordamos juntos pela primeira vez.



***



Manhã de terça feira: Volto para a Estrela pela sétima vez. Levando Miucha para casa. Não nos despedimos. Vou trabalhar chorando, sem saber quando as verei novamente.