eu sonhei q tinha o braço cheio de labirintos como uma madeira com cupim,
so q tudo cicatrizado como se fosse pele normal
corriam formigas de asa por dentro e eu ficava com coceira, ia metendo o dedo nos buracos do braco e ia rebentando alguns mas parecia borracha, pq nao tinha sangue.
fiquei com nojo e queria exterminar logo as formigas mesmo q ficasse pior o braço
colo / en_drigo•
no meu colo havia uma menina, acho que ainda não tinha dois anos. era morena, os cabelos pretos eram compridos, de olhos puxados, meio-índia. ria muito. por mais que ela andasse por outros colos, sempre a devolviam a mim. ela parecia ficar confortável comigo.
eu me sentia muito feliz segurando-a.
e senti, nesse sonho, uma sensação tão agradável, que jamais havia sentido.
pensei que isso era ser pai.
mas não sabia se era ela minha filha, não havia a visto nascer.
guerras / li•
assistia pela tv que havia começado uma grande guerra na fronteira da rússia.as imagens que se viam eram brutais, pessoas cortando a própria cabeça, invadindo residências, mordiam-se uns aos outros. As cenas eram apavorantes e parecia se espalhar por todo continente europeu, americano e asiático. Via-se cenas de homens árabes, com seus trajes brancos manchados de sangue e agredindo tudo o que aparecia a sua frente. Os cariocas tbm o faziam, no leblon. A guerra havia começado por descendentes de uma raça desconhecida, quase em extinçaõ. Eles tinham uma denominação complicada, q eu só identificava a parte final do nome do povo, os ‘minivos’. Fiquei com medo de ir para europa deste jeito, mas a passagem já havia sido comprada. Pensei q se eu transasse com alguém naquele momento, eu me acalmaria. Logo, surge a minha madrinha e suas duas filhas, elas diziam que meu pai estava muito doente. Saí correndo e fui me esconder em um galpão, que ficava embaixo de um coqueiro. Ali dentro, encontrei apenas pessoas loiras.
escadaria de cadeiras / en_drigo•
cheguei a frente de uma parede toda branca, com um vão de onde saía uma escada ascendente, em espiral.
no quinto degrau havia uma janela e servia de entrada de luz.
cada degrau, feito de concreto, era encimado por uma cadeira.
ou melhor, a cadeira era o degrau. para subí-los, era necessário pisar de cadeira em cadeira.
a medida que subia, percebi que não se tratava de uma escada, mas de cadeiras ordenadas em espiral, de maçaranduba modeladas a enxó.
tive que dar passos largos, quanto mais alto subia.
tive vontade de descansar.
- mas essas cadeiras não devem servir pra descanso... , pensei.
carros / li•
ouvi um barulho e fui para a janela do meu apartamento ver o que era. Na avenida que se avistava, tinha acontecido um acidente de carro. Saí do meu prédio e fui até lá para ajudar, outros automóveis já tinham parado e vi eles recolhendo 3 corpos de crianças mortas e dois adultos ainda vivos. No céu tinha muitas nuvens, não era possível saber se estava amanhecendo ou anoitecendo. Passei pelo posto da esquina e lembrei que eu tinha comprado uma variant azul ,bem velha, e precisava de uma garagem. Entrei ao lado do posto onde tinha uma oficina e muitos galpões, no chão muita lama e sujeira. Um funcionário dali, disse para eu falar com o Altair. Encontrei-o atrás de uma porta e de imediato ele disse que tinha uma vaga reservada para mim, porém o problema era eu ser a paciente da minha dentista, quem ele detestava. Fui colocar o carro na vaga e vi que além do lodo, o corredor para chegar era muito estreito. Pensei ‘ que grande cagada eu fiz comprando esse carro velho’, quando pensei no termo ‘cagada’ lembrei do pai do ken, q falava com sotaque japonês.
os cistos / en_drigo•
senti em meu antebraço a presença de cistos. pareciam do tamanho de uma bola de pingue-pongue e pude contar, eram três.
tentei espremê-los tal uma erupção cutânea e essas bolas sebáceas foram saindo, uma a uma. estavam bastante calcificadas e fediam. conhece o cheiro do sebo? é muito ruim.
no meu braço, no lugar onde eles estavam, ficou um buraco. eu podia ver as camadas de gordura embaixo da minha pele. elas me lembravam o bacon que minha mãe comprava pra por no feijão. eu estranhei, pois não sentia dor alguma.
eu estava sentado na borda de uma banheira e ali mesmo deixei os cistos.
da porta do banheiro saía uma escada, que descia até a rua. fui até lá. era o meio do dia, estava muito claro e o porteiro que estava ali, vestido em branco, pediu-me dinheiro emprestado.
- acho que aí no teu braço dá pra esconder um caroço de abacate, comentou, indolente, o porteiro, e completou - não se pode confiar em você...
o processo / en_drigo•
subi uma escada larga, extensa, alta, íngreme, uma escada que estava ao ar livre, no meio do nada.
um sujeito que descia, um descedor, cumprimentou-me e disse ser esta escada do tamanho de uma arquibancada do maracanã.
- ah, tá!, pensei, - só faltou ele me dizer que lá em cima tem um diamante do tamanho do ritz .
mas não tinha. quando cheguei lá, senti-me no topo da pirâmide do sol e imaginei que a qualquer momento veria teotihuacán. mas não vi. andando naquele chão pedregoso, sob um céu muito luminoso, o que vi foi um sequencia de velhos rostos conhecidos, alinhados, esperando-me (pensei que era por mim que esperavam), em semi-círculo.
- putz, é o juizo final, disse para mim mesmo, - querem acertar as contas comigo...
fiquei tentando adivinhar o porquê dessa gente, que há muito eu não via, aparecer, assim, todos de uma vez...
enquanto conversavam, sentei-me onde pensei ser a cadeira dos réus, pra esperar o julgamento.
mas ninguém julgou, sequer dirigiam a palavra a mim.
boa leitura / li•
fazia muito calor, eu estava deitada em uma imensa cama de casal coberta com uma colcha branca de crochê. Eu lia um livro, quando entrou um amigo e sentou ao meu lado. Ele perguntou que livro era aquele e eu comentei que esse sim ‘era o livro’, mostrei para ele que o exemplar não tinha capa, não tinha autor, nem título, nem números de páginas. Ele fez um carinho bom nos meus pés seguindo até as minhas costas, rimos e comentei que era a melhor leitura que se poderia fazer, dessa forma poderíamos entrar no texto de forma ‘pura’ e imparcial. Resolvemos fazer a leitura juntos, mas embaixo da colcha.
efe? afe? / pollilos•
E ele me disse que diante das minhas provocações sentiu necessidade de de impor em relação a mim. E o fez tão bem feito, com os mais belos princípios de coerência, bom gosto e inteligência que além de eu o achar mais inteligente ainda, comecei a considerar que ele fizesse parte da minha vida, afetivamente.
saída / en_drigo•
todas as pessoas a minha volta esvaziavam as suas gavetas. isso eu também fazia. não conseguia imaginar porque tinha juntado tanto lixo. eu tratava de transferir as coisas que julgava sem utilidade para as gavetas dos outros. ninguém parecia perceber. uma secretária, muito agitada, apareceu distribuindo algumas caixas, para guardar aquilo que se tirava das gavetas, mas para mim essas caixas não serviam. quando cansei de revirar os meus arquivos, resolvi perguntar a um sujeito próximo o que acontecia.
- estamos indo embora.
- e tem alguma grávida aqui? - perguntei, para então gritar a todos - HÁ GRÁVIDAS NO LOCAL?