No começo, era um dia comum e eu caminhava pela Avenida Paulista, rumo à Rua da Consolação. quando vi, já estava correndo e não conseguia parar. O estranho era que eu corriamovendo os pés para frente, e não para trás. Parecia uma dança russa. Da Consolação, eu dei uma volta bizarra pela cidade e subi a Brigadeiro Luís Antônio, e, quando cheguei de volta à Avenida Paulista, cruzei a faixa em frente ao prédio da Gazeta. Eu tinha acabado de vencer a Corrida de São Silvestre.
pescaria com “cizo“ / indio•
na sequencia de um sonho que não me lembro mais pela bizarrera do que estaria por vir, abro a porta de um apartamento, nas mãos um caniço, convicto da pescaria, me preparo. Na sala um velho meio gordo, ao lado o filho me falava sobre os tipos de anzois e suas especificidades. Me fazendo de entendido de tudo aquilo, olho pro meu.... um dente cizo, extraido da minha própria boca, ainda com um pedaço de osso do maxilar, dada a proeza do dentista!; o guri me olha com uma cara de que concorda com aquilo. Convicto fui ao local da pesca. O banheiro! dentro do vazo um churrasco... picanha linguiça, um vazio cortato em tiras.. olho pra tráz e o guri ja vinha falando que era a isca pro tal peixe.. Da sala o velho gritava: - De hoje ele não escapa!!
Eu ja não estava mais acreditando naquilo tudo, resolvi perguntar a quanto tempo eles estavam querendo pegar o tal peixe. O guri me responde 3 anos. Silencio e eu lanço o caniço desacreditado. Poucas vezes tinha pescado. Derepente começa a borbulhar a água do vazo... uma cutucada no caniço... o guri me olha assustado. Eu deixo o bixo correr um pouco com a linha.. e puxo... sai um peixe preto com uma aparência desagradabilissima... o velho URRA da sala! chama a mulher... todo mundo feliz com o tal peixe.. eu não consigo tirar os olhos do peixe, que parecia um surubi com uma aparencia de presunto estragado, só que preto.
O velho pega o peixe, coloca embaixo da agenda e faceiro assina um cheque. Me paga 2400 pelo ato... eu pergunto o que ele tava fazendo e ele me diz.. fica frio que eu acho que consigo um 8000 por ele no ebay!
icq `a direita no campo de visão / en_drigo•
sonho constante: enquanto enxergo um mundo aparentemente normal, `a direita do meu campo de visão percebo piscar o ícone do icq. "mensagem para mim?". intuitivamente, viro o meu rosto na direção do ícone, mas o foco do meu olho nunca o alcança. o ícone permanece, sempre, no canto inferior à direita do meu campo de visão. é impossível alcançá-lo, como é impossível morder a própria orelha. e assim segue, aquele ícone flutuante, um apêndice da minha visão, piscando, eu não posso focá-lo, não posso clicá-lo, sequer tocá-lo, é mensagem para mim?
ladeira infinita / en_drigo•
descia eu uma ladeira toda ladrilheira, ladeada por casas portuguesas coloniais; uma ladeira sem fim, durante um final de tarde imutável, com um por do sol estático ao pé da lomba. não escurecia e, a tal ladeira, não terminava. tive a sensação, por vezes e vezes, de um padrão de casas portuguesas repetindo-se, ora ao lado par da rua, ora ao ímpar, revezando-se. depois de horas de descida ininterrupta (acredito ter durado boa parte do meu sono, este sonho), cogitei não ser uma ladeira infinita, mas uma ladeira circular, onde descia-se sempre ao mesmo lugar para voltar a descer. a minha conclusão foi interrompida por uma igrejinha rococó, construída no meio da rua, cuja porta inevitavelmente colidi. e `a minha pancada, a porta abriu-se; e dentro dela, Alfred E. Newman (o garoto da capa da revista Mad) fazia as vezes de um homem banda, tocando bumbo, cimbals e flauta a um só tempo. a flauta, ele tocava com o nariz, pois a boca ostentava aquele imperturbável sorriso que lhe faltava um dente. olhei para cima e, na campana, badalava um sino, escurecendo o céu ao fundo.
dente/osso espiral / dmtr•
faz tempo já, sonhei que os meus caninos estavam caindo, só que o mais bizarro é que a raiz era muito profunda, e parecia um osso cortado, como uma chuleta, e ainda por cima era uma especie de espiral. tirei todo ele e ficou aquele buracão. tentei colocar rapidamente de volta, pensando que assim ele podia voltar pro lugar, só que eu tinha que colocar como um parafuso, porque o buraco também era espiral, e o dente era tão grande que eu sentia ele dentro do rosto, perto do olho, saiam algumas lágrimas
noxta aber durhum #3 (anxto ihaar hramgan series) / en_drigo•
e mergulhado em terra o ressoar durhum soava algo distinto, era hramgan:"anxto hramgan... anxto hramgan..." e QUE diabo isso significava, afinal? era hramgan, lodo adentro, eu nadando, vendo pouco, ou nada vendo - em realidade, eu via algumas fendas dentre a lama. e das poucas fendas, ar; do ar, luz: uma luz diferente, que não parecia do dia, tampouco da noite.
noxta aber durhum #2 / en_drigo•
"noxta durhum... noxta durhum...", percebi, era o som das ondas da praia onde caminhava; e a praia, de areias movediças e mar arenoso, onde ondas de cascalho erguiam-se a nove metros do chão; e o chão, movia-se, movediço. a mim, só coube furar as ondas, essas de areia, de britas, durhum, durhum, noxta adentro, terra, enfim...
noxta aber durhum / en_drigo•
não era dia ou noite, o ar parecia luminoso salpicado de chumbo e groselha em pó... só poderia ser pó, mas a luz não era nem do dia, não era nem da noite, nem do crepúsculo, nem do sol a pino, era só luz de poeira e gorgonzola e o som, um som áspero que soprava:"noxta... noxta durhum..."
Francisco Cuoco / Excelsior / dmtr•
#1
estavamos a agus e eu no terraço de um prédio muito alto em Bagé. era um prédio que era como uma praça, as pessoas ficavam no terraço pegando sol, curtindo um som. Tinha uma banda montando o equipamento pra tocar e estávamos perto da beira do prédio conversando com o Francisco Cuoco. Ele estava em pé e falando sobre algumas coisas vagas da vida, mas caminhava muito perto da beirada e comecei a ficar assustado. Me afastei um pouco da beirada e ele pulou, em pé como um velho que pula numa piscina. Logo atrás dele pularam mais quatro suicidas aproveitando pra conformar um suicídio coletivo. A gente ficou olhando pra baixo pra ver se a galera ia se espatifar lá no chão, só que tinham uns buracos no chão parecidos com aquelas grades de esgoto, só que os espaços entre os metais eram muito grandes, e deviam ter alguns andares de profundidade abaixo da terra. Todos eles continuaram caindo por ali.
Agus ficou chocada com o suicídio, fiquie muito assustado também. Descemos rápido do prédio e fomos pegar uma carona num carro branco, com meus velhos que já estavam esperando. a gente dizia: "presenciamos um acidente horrível, logo mais vai passar na televisão"
#2
de repente eu tava com fome e fui numa lancheria meio padaria, e sabia que o Carlo ia chegar logo depois, mas já fui pedindo.
Olhei no cardápio e vi um lanche q não lembro o nome mas era algo como "sanduíche excelsior". Soou como bastante grande e que ia realmente matar a fome, assim eu pedi um "excelsior".
só que no balcão do bar tinham umas bandejas metálicas com os ingredientes, iguais as do restaurante por quilo, bem na minha frente.
daí juntei uma fatia de tomate com uma de ovo e fui comendo enquanto esperava o lanche. os outros fregueses ficaram descontentes por eu estar pegando a comida com a mão, e o cara do bar de repente pegou o tomate e ovo da minha mão. Achei que fosse ser reprendido, mas de repente o cara começou a enrolar aquilo numa folha de alface e colocar uma mostarda, pra depois me devolver, como corrigindo o que eu tinha inventado.
logo ficou pronto os "excelsior" que eram muito pequenos e lembravam uma bolachinha recheada. como eram pequenos vinham três, dois de frango e um de carne. pedi também um suco de laranja, que tomei muito rápido, porque o gosto do lanche era horrível.
no meio tempo chega o Carlo, perguntou o que eu tava comendo e eu respondi: chama "excelsior" mas não pede esse porque é muito ruim