Drömma

aisling . dream . rêve . sogno . sonho . sueño . traum . śnić
Drömma Dreaming Logger — Coleção de Sonhos — Sonhário
pollock / li

Eu tinha comprado um ônibus bem novinho e o Wander Wildner resolveu que ali seria o nosso atelier de pinturas, segundo ele faríamos sucesso, assim como Pollock.
tatuagem de pedra / li

eu tinha alugado uma casa bem legal e grande para morar, em capão da canoa, rs. Percebi que a casa era muito grande e fiquei com medo de morar sozinha ali. Eu não tinha móveis para tanto espaço, a sala era enorme com muitas janelas grandes, em todas as paredes. O clima era legal, mas não curti as janelas pq todos que passavam na rua poderiam me enxergar. Comecei a organizar uma escrivaninha velha, com forte cheiro de naftalina, ali eu guardava fitas k-7 com muito pó. Logo, ouvi barulhos de pessoas dentro da casa, e então que percebi q eu estava vestida apenas de camiseta e uma calcinha toda feita de bichinhos de pelúcia. Corri para todos os lados tentando me vestir, mas nada encontrei, até que resolvi arrancar uma das cortinas brancas das janelas para improvisar uma saia. Tentei fazer parecer que a saia era super moderna, porém fiquei desconfortável com o fato de agora as janelas da casa estarem completamente descobertas. Saí dali e entrei em um corredor grande, que era um andar de um edifício com salas comerciais. Eram muitas salas, todas apertadas e uma delas era o consultório da minha dentista, que estava saindo da sala, ia almoçar. Cumprimentei ela e só então é que percebi que eu estava carregando dois sacos de lixo. Procurei sair, mas eram muitas as salas e todas eram divididas apenas com panos coloridos. Andei muito pelos corredores até entrar numa sala que tinha uma placa escrita ‘estivador’. Ali dentro estava Dioniso,um amigo, me esperando pq, segundo ele eu tinha marcado uma hora para fazer uma tattoo. Estranhei pq não sabia q esse amigo era tatuador e estranhei suas roupas, uma regata branca justa e muito suja, mas para não perder o amigo aceitei fazer a tatoo. Ele me fez sentar em uma cadeira de balanço e pegou o meu braço para tatuar. Suas tatuagens eram muito diferentes, ele tatuava com grampeadores, uns bem pequenos, outros maiores se mostrando muito ágil e habilidoso no manuseio destes. Comecei a olhar o trabalho q ele fazia no meu braço e percebi q as tatuagens eram feitas colocando umas pedras preciosas (rubis e esmeraldas) e pedras catadas na rua por debaixo da pele, finalizando o desenho com queimaduras de incenso na minha pele. Depois de um certo tempo as grampeadas começaram a doer e eu reclamei, ele disse ‘dá nada! agüenta aí’. Agüentei, pois a tatuagem estava bonita, mas cada grampeada q ele dava eu sentia dor de barriga. Achei q a dor era culpa da calcinha que eu usava mas qdo olhei para o meu abdômen, vi que saía uma pequena árvore de dentro do meu umbigo. Tentei esconder a arvorezinha com muita vergonha, mas ela tava crescendo rápido demais. Apertei ela com cuidado e pensei ‘ ainda bem que é uma pitangueira, adoro pitangas’.
a-ham / en_drigo

em pé, em um cruzamento, o lugar era uma mistura de mato e cidade.

vou tentar ser mais específico: a esquina era parecida com a convergência das ruas teodoro sampaio e fradique coutinho, muito movimentadas e poluídas, com o ar ruim. a rua, porém, ao invés de asfalto, era preenchida por um rio, com um curso muito rápido, tal o rio mapocho, em santiago. um mendigo, também em pé, ao meu lado, disse-me "a água tem essa velocidade pois vem toda daquele prédio", e eu virei para vê-lo (o prédio), muito alto, pertencia ao unibanco (dizia o letreiro). "tem uns '300' andares", completou o índio (acho que o mendigo era um índio), "era do mappin, depois foi a editora abril, vão colocá-lo para alugar", e eu percebi que ele usava um terno azul e gravata, acho que agora era um banqueiro.



o sinal abriu, finalmente, e eu atravessei a rua (que era um rio), e fiz isso, aparentemente, pois a faixa de segurança era uma combinação de blocos de concreto, com uma fundação muito profunda, separados a um metro de distância. pulei de bloco em bloco, encharcando os pés.



do outro lado da rua encontrei uma fila de meninas, que abriam a boca para mim, uma a uma, mostrando a língua, onde na ponta havia sêmen. acho que era sêmen, pois depois parecia ser um selo. e elas tentavam me dizer o que era, falando com a boca aberta "aaahan, gaaan aaan han..." eu fingia entender, eu não entendia coisa alguma.
o brasil não treme / en_drigo

fui embarcar no avião no mesmo dia em que o desastre natural - que alguém batizou de aponina - estava marcado para acontecer. estava assim, marcado, com data e hora, igual ao meu vôo, coincidindo com ele, também.

o vôo não aconteceu. as pessoas lotaram o aeroporto. ficaram por ali, jogadas, como desabrigados (embora nenhum aponina tenha atingido o aeroporto).



aí passaram-se dias, os desabrigados viraram uma comunidade, o aeroporto foi dividido em vários bairros (derrubaram uma parede pra entrar sol), e o tal avião, não decolava nunca.



eu fiquei aborrecido com esta situação, fiquei horas em uma cadeira e duas meninas tentaram, aos empurrões, sentar na minha perna. eu pedi a elas que esperassem, que eu tinha descolado uma almofada, mas elas ficaram em pé, a minha volta, perguntando se o brasil tremia (acho que se referiam a terremotos). eu respondia que não, eu queria saber o que desastre era aponina.
drama japonês / li

Era a sala de jantar da casa da minha avò em santa maria, eu estava embaixo de uma samabaia quando apareceu ex dono do garagem hermética que ia examinar meus dentes. Achei meio chato pq eu não tinha pedido q fizesse isso, mas pensei q talvez assim ele me apresentasse o irmão dele. Ele saiu para estudar o meu caso, quando voltou ele tinha se transformado na esposa do meu primo, a Adriana. Fiquei puta pq me senti enganada e pensei q aquilo tudo era coisa do Sérgio (primo). Então a Adriana falou que meus dentes eram enrugados e isso era sintoma de uma doença muito grave, talvez eu tivesse que buscar tratamento nos EUA. O normal era qdo os dentes estavam todos redondos, dizia ela. Contei isso para a minha mãe que respondeu: “não dá bola, a Adriana é mesmo muito japonesa, ela faz drama pra tudo’.
Universal Snooker / en_drigo

a sensação era de incerteza ou desconfiança, mas alguns amigos cumprimentavam-se e falavam a respeito da matéria do jornal.como faziam toda segunda, eles se acomodavam a volta de uma mesa, no centro de um restaurante, que aos poucos virou uma cidade (ao invés de passar um garçom ao lado da mesa, começaram a circular motoqueiros).



a tal matéria saiu igual, em dois cadernos diferentes do jornal, o de polícia e o de ciência.



dizia a manchete:"Jogo de sinuca servia de fachada para buraco negro". os amigos, aparentemente, divertiam-se com isso, pois ao invés do jogo, poderia ser uma barraca na feira ou um estacionamento.
Terror / Lola

Eu trabalhava na Saraiva Mega Store do shopping Praia de Belas e recebemos a notícia de que faríamos hora extra para inventário e para reformar a lj.Todos os funcionários eram universitários e a loja ocupava todo o shopping.Ficamos revoltados e avisamos ao superiores que não faríamos o que mandavam.Correu um rumor de que eles se vingariam.Então,qdo começávamos a tentar sair do prédio algumas estruturas que ficavam suspensas sobre as portas começaram a despencar do teto em cima das pessoas que tentavam sair,muitas foram gravemente feridas e mortas.Pulamos o entulho e em pânico seguimos para as ruas,uma multidão aterrorizada.O Shopping ficava ao lado dos prédios do campus central da UFRGS.Qdo chegávamos na rua,tentando fugir,pessoas para todos os lados,alguns táxis que passavam por ali foram jogados em cima de mais alguns estudantes que foram propositadamente atropelados.Consegui chegar até a entrada de um prédio onde os estudantes estavam recebendo os perseguidos,na porta havia trincheiras,muitas pessoas feridas.Uma menina me mostrou o alojamento improvisado na biblioteca da faculdade de economia,e os homens e as mulheres dormiam em lugares separados,ela me disse que eu iria ficar no alojamento dela,eu chorava,ela perguntou se eu tinha medo e eu disse que sim,ela pediu que me acalmasse.Jovens espalhados e estropiados pelos cantos das bibliotecas e nas paredes livros muito antigos,com lindas encadernações,mas ninguém estava ligando para eles.
croata / li

O raphael era criança, uns 8 anos e eu o encontrei numa tarde quente de verão, no pátio da casa dos seus pais, eu com 30. ele era uma criança bem quietinha e muito educada, ficava sentado numa escada estudando bem concentrado. Eu resolvi chegar perto para ver o que ele estudava com tanta atençaõ, olhei para o caderno e não entendi nada, então ele diz: ‘estou estudando croata.’ Assim pude concluir q graças ao croata é q ele tinha aprendido todas as outras línguas que ele veio a falar na idade adulta. Eu dei um beijinho no rosto dele e ele achou muito nojento, então eu resolvi abrir o jogo, dizendo que ele nem sabia, mas eu o conhecia até que completasse 27 anos e comecei a falar que ele desistiria do curso de medicina, que ele ia se interessar pela cultura afro e q nós teríamos uma banda juntos.
a telefonista / en_drigo

eu corria com alguns amigos meus. todos eram negros. também eu era negro.

corremos por várias ruas, mas eu não tive certeza do porquê corrermos tanto.



por vezes, as ruas faziam uma curva descendente até ficarem totalmente verticais.

como não poderia deixar de ser, eu sempre caía quando acontecia isso, estatelando-me em alguma esquina para voltar a correr.



e no meio desta correria sem fim eu ligava para a telefonista, e prometia-lhe que íamos viajar em breve, que eu a levaria para conhecer a catedral de são paulo (que por coincidência era onde eu passava naquele exato momento). ela ria, do outro lado da linha, pedindo-me para esperar, quando tinha que realizar outras chamadas.



eu contei a ela que nunca mais tinha visto o mendigo sem pernas, que costumava mendigar em frente ao banco do brasil. hoje mesmo eu havia passado várias vezes por lá, sempre correndo, e no lugar dele havia uma obra. ali, pendurado, havia um cartaz "breve, aqui, o lugar do mendigo".
a telefonista / en_drigo

eu corria com alguns amigos meus. todos eram negros. também eu era negro.

corremos por várias ruas, mas eu não tive certeza do porquê corrermos tanto.



por vezes, as ruas faziam uma curva descendente até ficarem totalmente verticais.

como não poderia deixar de ser, eu sempre caía quando acontecia isso, estatelando-me em alguma esquina para voltar a correr.



e no meio desta correria sem fim eu ligava para a telefonista, e prometia-lhe que íamos viajar em breve, que eu a levaria para conhecer a catedral de são paulo (que por coincidência era onde eu passava naquele exato momento). ela ria, do outro lado da linha, pedindo-me para esperar, quando tinha que realizar outras chamadas.



eu contei a ela que nunca mais tinha visto o mendigo sem pernas, que costumava mendigar em frente ao banco do brasil. hoje mesmo eu havia passado várias vezes por lá, sempre correndo, e no lugar dele havia uma obra. ali, pendurado, havia um cartaz "breve, aqui, o lugar do mendigo".