Era a sala de jantar da casa da minha avò em santa maria, eu estava embaixo de uma samabaia quando apareceu ex dono do garagem hermética que ia examinar meus dentes. Achei meio chato pq eu não tinha pedido q fizesse isso, mas pensei q talvez assim ele me apresentasse o irmão dele. Ele saiu para estudar o meu caso, quando voltou ele tinha se transformado na esposa do meu primo, a Adriana. Fiquei puta pq me senti enganada e pensei q aquilo tudo era coisa do Sérgio (primo). Então a Adriana falou que meus dentes eram enrugados e isso era sintoma de uma doença muito grave, talvez eu tivesse que buscar tratamento nos EUA. O normal era qdo os dentes estavam todos redondos, dizia ela. Contei isso para a minha mãe que respondeu: “não dá bola, a Adriana é mesmo muito japonesa, ela faz drama pra tudo’.
Universal Snooker / en_drigo•
a sensação era de incerteza ou desconfiança, mas alguns amigos cumprimentavam-se e falavam a respeito da matéria do jornal.como faziam toda segunda, eles se acomodavam a volta de uma mesa, no centro de um restaurante, que aos poucos virou uma cidade (ao invés de passar um garçom ao lado da mesa, começaram a circular motoqueiros).
a tal matéria saiu igual, em dois cadernos diferentes do jornal, o de polícia e o de ciência.
dizia a manchete:"Jogo de sinuca servia de fachada para buraco negro". os amigos, aparentemente, divertiam-se com isso, pois ao invés do jogo, poderia ser uma barraca na feira ou um estacionamento.
Terror / Lola•
Eu trabalhava na Saraiva Mega Store do shopping Praia de Belas e recebemos a notícia de que faríamos hora extra para inventário e para reformar a lj.Todos os funcionários eram universitários e a loja ocupava todo o shopping.Ficamos revoltados e avisamos ao superiores que não faríamos o que mandavam.Correu um rumor de que eles se vingariam.Então,qdo começávamos a tentar sair do prédio algumas estruturas que ficavam suspensas sobre as portas começaram a despencar do teto em cima das pessoas que tentavam sair,muitas foram gravemente feridas e mortas.Pulamos o entulho e em pânico seguimos para as ruas,uma multidão aterrorizada.O Shopping ficava ao lado dos prédios do campus central da UFRGS.Qdo chegávamos na rua,tentando fugir,pessoas para todos os lados,alguns táxis que passavam por ali foram jogados em cima de mais alguns estudantes que foram propositadamente atropelados.Consegui chegar até a entrada de um prédio onde os estudantes estavam recebendo os perseguidos,na porta havia trincheiras,muitas pessoas feridas.Uma menina me mostrou o alojamento improvisado na biblioteca da faculdade de economia,e os homens e as mulheres dormiam em lugares separados,ela me disse que eu iria ficar no alojamento dela,eu chorava,ela perguntou se eu tinha medo e eu disse que sim,ela pediu que me acalmasse.Jovens espalhados e estropiados pelos cantos das bibliotecas e nas paredes livros muito antigos,com lindas encadernações,mas ninguém estava ligando para eles.
croata / li•
O raphael era criança, uns 8 anos e eu o encontrei numa tarde quente de verão, no pátio da casa dos seus pais, eu com 30. ele era uma criança bem quietinha e muito educada, ficava sentado numa escada estudando bem concentrado. Eu resolvi chegar perto para ver o que ele estudava com tanta atençaõ, olhei para o caderno e não entendi nada, então ele diz: ‘estou estudando croata.’ Assim pude concluir q graças ao croata é q ele tinha aprendido todas as outras línguas que ele veio a falar na idade adulta. Eu dei um beijinho no rosto dele e ele achou muito nojento, então eu resolvi abrir o jogo, dizendo que ele nem sabia, mas eu o conhecia até que completasse 27 anos e comecei a falar que ele desistiria do curso de medicina, que ele ia se interessar pela cultura afro e q nós teríamos uma banda juntos.
a telefonista / en_drigo•
eu corria com alguns amigos meus. todos eram negros. também eu era negro.
corremos por várias ruas, mas eu não tive certeza do porquê corrermos tanto.
por vezes, as ruas faziam uma curva descendente até ficarem totalmente verticais.
como não poderia deixar de ser, eu sempre caía quando acontecia isso, estatelando-me em alguma esquina para voltar a correr.
e no meio desta correria sem fim eu ligava para a telefonista, e prometia-lhe que íamos viajar em breve, que eu a levaria para conhecer a catedral de são paulo (que por coincidência era onde eu passava naquele exato momento). ela ria, do outro lado da linha, pedindo-me para esperar, quando tinha que realizar outras chamadas.
eu contei a ela que nunca mais tinha visto o mendigo sem pernas, que costumava mendigar em frente ao banco do brasil. hoje mesmo eu havia passado várias vezes por lá, sempre correndo, e no lugar dele havia uma obra. ali, pendurado, havia um cartaz "breve, aqui, o lugar do mendigo".
a telefonista / en_drigo•
eu corria com alguns amigos meus. todos eram negros. também eu era negro.
corremos por várias ruas, mas eu não tive certeza do porquê corrermos tanto.
por vezes, as ruas faziam uma curva descendente até ficarem totalmente verticais.
como não poderia deixar de ser, eu sempre caía quando acontecia isso, estatelando-me em alguma esquina para voltar a correr.
e no meio desta correria sem fim eu ligava para a telefonista, e prometia-lhe que íamos viajar em breve, que eu a levaria para conhecer a catedral de são paulo (que por coincidência era onde eu passava naquele exato momento). ela ria, do outro lado da linha, pedindo-me para esperar, quando tinha que realizar outras chamadas.
eu contei a ela que nunca mais tinha visto o mendigo sem pernas, que costumava mendigar em frente ao banco do brasil. hoje mesmo eu havia passado várias vezes por lá, sempre correndo, e no lugar dele havia uma obra. ali, pendurado, havia um cartaz "breve, aqui, o lugar do mendigo".
Monges tibetanos / Hannap•
Estava em uma cidade diferente da minha e liguei pro dimitre. Ele me convidou para nos encontrarmos para ver o por-do-sol ou uma espécie de paisagem alaranjada. Ele estava acompanhado de umas 3 meninas que ficavam olhando a paisagem sentadas na janela de uma casa. Tenho a impressão que essas meninas eram atrizes famosas.
Depois sai de lá e encontrei o Charlie (um amigo da Argentina) na rua. Eu estava correndo sem camisa. Ele ficou feliz em me ver e me convidou para ir no mesmo lugar que agora tinha uma galera tipo uns monges tibetanos olhando pra mesma paisagem.
gritaria / li•
Eu tava caminhando na rua num dia nublado e resolvi entrar numa espécie de garagem de vidro que era um cinema. Eu sentei um pouco e vi o tio Odilon ali perto, então resolvi fugir. A porta de saída do cinema dava dentro do mercado Nacional do Iguatemi, e tinha vários teatros que ofereciam cursos aos clientes do super. Eu atravessava vários cursos pq precisava estar em casa o quanto antes. Eu caminhava pela rua e de repente surge o Eduardo que era meu marido, e eu pensei, ‘putz, me casei de novo, azar!’. Ele me chamou aos gritos e o colega dele de faculdade, o lagartixa, tava no banco de trás e ficou chorando com pena de mim. O eduardo gritava muito e disse que eu seria assaltada como castigo. Passamos na frente de um cemitério de crianças que era muito bonito, tinha bancos bancos e todos os túmulos eram decorados com rosas, parecia uma praça de uma cidade do interior.
pessoas no apartamento / li•
eu dormia na minha cama, já de manhã cedo qdo o sol estava entrando pelas frestas da persiana, qdo acordei e vi que tinha alguém deitado ao meu lado. eu não conseguia ver o rosto dessa pessoa, pois estava coberto com a fronha do travesseiro, mas sabia que era uma pessoa que eu gostava muito e me fazia sentir muito bem. Como não o vi entrando na minha casa, pensei que eu tinha de fazer algo para agradá-lo quando ele acordasse. eu me encolhi e fui para baixo da cama. Em baixo da minha cama era um lugar iluminado e bem aconchegante, com um tapete verde e amarelo e com desenhos de pequenas flores, tinha uma luz também amarelada e muitas almofadas roxas e ali eu ouvia a música ' don't worry kyoko' da yoko. fui para um canto e começei a procurar algumas coisas que ele pudesse gostar de ver ao acordar. só encontrei tomates e sementes de mamão, juntei-os e achei que ficavam bonitos. de repente eu estava na minha sala, sentada no pufe olhando a lau dançar balé eu não queria interrompê-la mas precisava que ela me dissesse se o cara da minha cama era legal, quem era ele e se ele ia gostar dos tomates com sementes de mamão. eu não conseguia falar com a lau pq ela cantava uma música muito bonita, que parecia ser 'my sweet lord' do george harrrison. eu fiquei intrigada, pq achei q a música pudesse responder a pergunta q eu ainda não tinha feito. fiquei caminhando pela sala e a lau saiu pela janela, do outro lado da janela era sp e ela precisava voltar. eu fiquei sozinha e o cara da minha cama nunca acordava, eu já estava cansando de ficar com aquele monte de tomates, sementes e agora ainda tinha arroz junto e eu também sentia saudades da lau e do cara que tava deitado na minha cama.
linguagem / en_drigo•
"que estupidez", eu pensei.
as pessoas, ao invés de falarem "é verdade", costumavam dizer "é vertigem".